Quase entrei em choque
quando vi aquele dragão, afinal dragões não são comuns perto da cidade, apenas
da floresta, então decidi segui-lo para ajudar minha amiga. Segui-os até o
penhasco da ponta de lança, um penhasco muito estreito com o formato, e tão afiado,
de uma ponta de lança, o dragão encurralou-a quase na beira do penhasco, fiquei
desesperado então, num ato totalmente inconsciente, joguei uma pedra na direção
do dragão, acertei sua cabeça, tudo se calou, ouvia-se apenas a respiração de
nós três, então o dragão se virou lentamente na minha direção, e caminhou
calmamente, o que já era ameaçador, pois o dragão não tinha patas dianteiras,
chegou perante mim e soltou um rugido ensurdecedor, seguido de uma tentativa de
me abocanhar, mas eu era um estudante quase mestre da minha academia de artes
marciais, não deixaria ser morto tão facilmente, pulei sobre a cabeça do dragão
e tentei lhe acertar alguns golpes nas costas, erro meu, pois o couro
reptiliano é um material quase impenetrável, pelo menos por punhos desarmados
de um estudante de artes marciais, fazendo isso fiquei livre para receber uma
patada do dragão, quase fatal, pois se não tivesse desviado das garras do dragão
teria sido fatiado em quatro pedaços, mas o impacto da patada em si já era
dolorido e tinha impulso o bastante para me jogar para trás, então segui
lutando por 20 minutos nesse mesmo ritmo. Estava quase esgotando minhas
energias quando achei um ponto cego no dragão, seu peito, que ficava exposto
quase o tempo todo então seria fácil acertar, esse foi meu segundo erro, pois
não contava com a cauda do dragão, que era grande o bastante para circundar seu
corpo três vezes, e era usada como chicote para defender qualquer parte do
corpo, o dragão também estava ficando cansado então tentou me atingir com uma
bola de fogo ENORME, o fogo veio em minha direção e eu comecei a entrar em
pânico, tudo no caminho estava sendo carbonizado, reduzido a cinzas, não podia
morrer nessa hora, então em outro ato desesperado, coloquei os braços na minha
frente esperando o pior, o fogo, porém, não me atingiu, naquele momento eu e o
dragão ficamos totalmente estupefatos, o dragão porque tinha investido todas
suas forças nessa última bola de fogo, e eu pelo fato de não só não ter sentido
nada, como ter renovado minhas forças, estava me sentido novinho em folha, e
esse foi meu terceiro erro, ao invés de aproveitar o clima da situação e
atacar, fiquei parado me sentido muito bem, o dragão que não era nada bobo me
bateu com sua cauda e foi pra cima de mim apostando tudo em uma última tentativa
de me fatiar com suas garras, que ficavam na ponta de suas asas então foi
estupidamente difícil de escapar daquilo, mas escapei, porém não percebi que
atrás de mim vinha Kinillian (minha amiga de infância mencionada acima), as
garras não a pegaram, mas a asa sim, como ela estava no meio do ar não tinha
como escapar, a asa era pesada e forte o suficiente para bater nela e deixá-la
inconsciente, foi a primeira vez que vi alguém girar tanto no ar e cair no
chão, pensei que ela tinha morrido, então em um giro de ódio, desci o soco mais
forte que tinha no peito do dragão, fazendo com que o mesmo exploda pois aquele
tipo de dragão era como uma bomba relógio, se percebem que estão perto da morte
explodem em um funil de chamas, eu não deixei ele se explodir então não saíram
chamas da explosão, apenas gás e sangue, muito sangue, e tripas. Pensei que
tinha matado o dragão, então me deitei no chão, exausto, com fome, e morrendo
de calor, por um momento me sentindo realmente vivo, matar aquele dragão me fez
um bem espetacular, então me lembrei que Kinillian estava desmaiada e fui ver
se ela estava bem, quando cheguei perto dela ouvi um rugindo vindo de longe,
olhei para trás para checar o que era, e vi mais 30 dragões, parece que aquele
dragão que eu matei era filhote ainda e essa devia ser a família dele, vinham
numa velocidade assustadora, saiam de um buraco no chão como formigas, vermelhas e nervosas,
então prosseguiu-se de silêncio, todos estavam alinhados a 20 metros de mim,
ficaram me observando, esperando meu próximo movimento, então cometi meu quarto
erro do dia, olhei nos olhos do dragão líder, de repente todos abriram suas
asas ao mesmo tempo e rugiram em um rugido que abalou as fundações do céu,
peguei Kinillian no ombro e fiz a coisa mais inusitada que alguém poderia ter
feito naquela situação, pulei de cima do penhasco, simplesmente me joguei de
costas para baixo, em um momento pensei “Cara, to livre” até que lembrei de
dois fatos importantes, Tarkan fica sobre o mar antigo, uma das áreas mais
perigosas de todo reino, e que Tarkan era um continente suspenso no ar, a 3
quilômetros de altura, então me veio a cabeça “Ah, mas lá embaixo é água, não
vai dar problema” então me recordei do livro de ciências que tinha lido mais
cedo naquele dia, se eu caísse daquela altura seria como jogar um coquetel de
molotov de cima de um prédio de seis andares, a adrenalina começou a fluir e eu
comecei a entrar em pânico, fiquei tão desesperado e tonto que desmaiei. A
partir de agora contarei o que me disseram que aconteceu, enquanto caia eu
criei uma espécie de escudo de fogo, como um cometa que entra em contato com a
atmosfera, e desci em uma velocidade absurda, parece que ultrapassei as
barreiras do som enquanto caía isso explica a situação da minha roupa e de
Kinillian, que estava totalmente inconsciente sobre os fatos que aconteceram
mais cedo, caí no mar levantando uma grande nuvem de vapor e ainda sim fiquei
com a barreira de fogo ainda embaixo da água, um barco voador militar que
passava por perto viu-nos caindo e, pensando ser alguma espécie de cometa,
foram nos resgatar. A partir daqui eu acordei dentro do barco com as mão
acorrentadas, um marinheiro explicou que estávamos amarrados pois não se deve
confiar em ninguém no mar, principalmente em um “cara flamejante que caiu do
céu”, mesmo sem saber do que se tratava u entendi o ponto dele, afinal são
policiais, só não entendi o “caído do céu” e, flamejante ? Mas estava com muita
fome para perguntar do que se tratava, então apenas perguntei quando seria o
jantar, fui informado que seria daqui cinco horas, meu estômago roncou mais
alto. Depois do jantar me senti renovado, comer e dormir eram duas coisas que
me faziam muito bem, estava me preparando para dormir quando um marinheiro do
navio apareceu dizendo que o capitão estava querendo falar comigo, “é mesmo?”
disse a ele, “é mesmo” ele respondeu, “então tá bom” disse isso e me levantei,
mas o marinheiro insistiu em colocar as algemas em mim. Chegando a sala do
capitão, um lugar pomposo cheio de enfeites e firulas dos mais variados tipos,
deveria ser um capitão da S.S, então o capitão olhou para mim e simplesmente
disse “E então?”, fiquei quieto pensando ser uma pequena piada ou algo do tipo,
mas ele me olhava como se realmente quisesse uma resposta minha, geralmente eu
sou direto com o que quero, mas o olhar daquela pessoa era desumano, era como
se ele me dissesse “Eu não me importo com a vida de nenhum ser vivo neste
navio, e a sua está incluída” apenas pelo olhar, fiquei gelado, ele soltou uma
longa gargalhada, parecia se divertir com meu jeito, então ele parou
subitamente e disse para um dos marinheiros me segurando “Mande ele e a pequena
amiga dele para a jaula, parece que Boog vai ter alguma comida afinal”, fiquei
pensando no que seria BOOG, mas pela reação de repulso e medo que um dos
marinheiros teve eu sabia que não seria coisa boa. A jaula tinha 9 metros de
largura e aproximadamente 10 metros de comprimento, fedia a mijo e merda,
parecia que não tinham limpado essa jaula por alguns anos, os marinheiros se
reuniram em volta da jaula e nos jogaram para frente, abriram o portão de longe
e se afastaram, e então, no fundo da jaula consegui ver uma sombra, uma sombra
aterradora de 2 metros e 50 aproximadamente, uma parte batia no teto, a
criatura virou a cabeça completamente na minha direção e consegui ver os olhos,
olhos vermelhos, olhos de um profundo ódio, olhos que queimavam em sangue e
guerra, nos lançaram para dentro da jaula junto da criatura e fecharam o portão
com pressa, logo em seguida descobri o motivo da pressa, um gorila albino
usando terno (não faço idéia por que :S) saiu em disparada na direção de
Kinillian, que se desviou com um impulso na grade, fiquei em posição e me
preparei para lutar até a morte, o gorila virou para mim, caminhou lenta e calmamente
na minha direção, o rosto dele estava a 5 centímetros do meu, ele me olhou
profundamente no fundo dos olhos, tinha a sensação de que ele estava me
estudando, me analisando, juntando dados, os marinheiros viram que não tinha
nada para eles verem e saíram, assumiram seus cargos, o gorila soltou um
suspiro e disse “Ufa, é difícil fingir assim, prazer meu nome é Charles
Davingtom Booguiesvich”, fiquei muito espantado com a mão imensa estendida a
mim, cumprimentei o gorila e ele me explicou que conseguia falar e entender
humanos por que tinha sido criado em laboratório, aliás, ele não só conseguia
falar em Tarkano e Arkadiano como mais quatro línguas, e como o capitão
pretendia me manter preso ali por um bom tempo decidi agir, meu destino era
Arkadian e pra isso eu precisaria aprender a falar Arkadiano.
Quatro entediantes
meses depois
Aprendi a falar todas as línguas, uma por mês,
foi tão entediante que no tempo vago que quase nunca tinha praticava boxe, kung
fu ou qualquer outra luta, treinei tanto que desenvolvi um estilo próprio,
priorizando os chutes, principalmente os altos, pois como eu corria pra
qualquer lugar que precisava ir minhas pernas ficaram relativamente fortes,
nomeei o estilo de Shaolin do Norte (pois quando decidi o nome o barco ia na direção
norte), Kinillian também treinou bastante suas habilidades e conseguiu dominar
seu poder, o de cura. Poderes são hereditários então, assim como eu não escolhi
ter o elemento do fogo, ela não escolheu ter o de cura, eu me sinto bem com o
poder do fogo, pois, como uso mais os punhos, posso colocar um tanto a mais de
força em cada golpe, ou mergulhar meus chutes em fogo e “mandar brasa”, só que
ela não parecia muito contente com o poder da cura, ela entendia que era um
grande poder e tudo mais, porém ela disse que gostaria de um poder mais útil no
campo de batalha, algo mais agressivo, como o fogo.
Duas semanas depois
Fazia algum tempo que o capitão não nos
alimentava então, como já estávamos cheios de sermos tratados feitos animais,
decidimos sair da jaula e roubar comido, esse era o plano inicial, até um homem
da tripulação nos ver e eu ter-lhe matado por “acidente”, com um soco no
fígado, e então o plano mudou para “matar toda a tripulação”. Depois de ter
matado metade da tripulação decidimos ir a cozinha pegar algo para comer, pois
faziam 3 dias que não comíamos nem bebíamos nada, e mesmo assim ainda tinha gás
pra matar qualquer um que entrasse no meu caminho. A cozinha estava sendo
ocupado por quase a tripulação inteira, pois era o jantar, os únicos que não
estavam presentes eram o capitão e seus dois imediatos, que deviam estar
jogando poker na cabine do capitão, nós tínhamos um plano para matar todos os
marinheiros silenciosamente, até que o cozinheiro viu-nos colocando veneno
dentro da panela e saiu correndo gritando, todos os que estavam sentados a mesa
levantaram, puxaram suas espadas, e saíram correndo atrás de nós, eu já estava
suficientemente nervoso e faminto até algum meliante atirar uma pedra em minha
cabeça, pra mim aquilo foi a gota d’água, virei para trás com o coração em
chamas, cheio de raiva, e estendi minhas mãos por instinto, e delas saíam jatos
e bolas de fogo, um sentimento de alívio e surpresa percorreu meu corpo
inteiro, fazendo-me pular no ar, atirando fogo contra tudo e todos, até que
Charles me pegou pelo pé me dizendo que se eu continuasse com aquilo o navio
iria afundar, não tinha sobrado nenhum marinheiro, nada. Arrombamos a porta da
cabine do capitão e a cena que vimos foi a coisa mais estranha que já vi em
toda minha vida (até aquele momento), o capitão e seus imediatos estavam no
meio de uma orgia (sexo a três), Charles não pareceu nada abalado, mas eu e
Kinillian quase vomitamos pois o capitão deveria ter seus 50 anos, e os
imediatos beiravam os 23 anos, de olhos fechados eu atirei fogo na sala
inteira, transformando-os em churrasquinho de marinheiro. Com o plano sucedido,
fomos até a praia mais próxima, que coincidentemente estava a apenas seis
quilômetros de Arkadian, o navio estava carregado de ouro, então eu e Kinillian
fomos até a cidade e conseguimos comprar uma casa ligeiramente grande perto a
um casarão velho e abandonado.
Continua...
Adendo do Sirius: OHAYO MINNA !!! Então, o fato de esse prológo ter siddo adiado por tanto tempo, foi devido que, como o prológo não é meu, eu precisava escreve-lo com a mesma emoção como se fosse meu próprio, então ficou mais difícil, mas não se preocupem pois logo o episódio 1 vai estar aí e todo mundo vai poder vê-lo ^^
Adendo do Sirius: OHAYO MINNA !!! Então, o fato de esse prológo ter siddo adiado por tanto tempo, foi devido que, como o prológo não é meu, eu precisava escreve-lo com a mesma emoção como se fosse meu próprio, então ficou mais difícil, mas não se preocupem pois logo o episódio 1 vai estar aí e todo mundo vai poder vê-lo ^^