Quando
completei nove anos, eu e minha irmã adotiva nomeada por mim de “Millennium”,
saímos da floresta em direção a Dragongate, a cidade vizinha, já que Amalur
estava infestada de corpos putrefatos e mortos vivos vagando por aí. Eu e
Millennium esperávamos encontrar milhares de dragões no caminho para a cidade,
por isso ele afiou suas garras e treinou suas habilidades de caça, e eu
construí um arco para mim. Partimos com 5 kg de carne cada um, e eu com 20
flechas e um arco. Chegando à rota para Dragongate decidimos ir pelas arvores,
longe da estrada, imaginávamos que a estrada estaria lotada de dragões de
guarda para vigiar a cidade. A estrada estava toda e completamente deserta,
chegando aos arredores da cidade eu notei um esqueleto de proporções colossais no
centro do deserto de cinzas que havia se formado ao redor, provavelmente pelo
fogo que a criatura havia expelido, mas esse não foi o maior choque, o que mais
me chamou a atenção foi o fato de que o esqueleto não tinha se degradado
naturalmente, pois senão toda a área em volta estaria fedendo a carniça, e os
ossos não tinham nenhum resquício de carne, eu armei o arco e fui checar dentro
da ossada da criatura, esperando encontrar algo tão grande quanto à ossada, fui
de arco pronto. Chegando mais perto reconheci que era a ossada de um dragão,
dentro dele havia vários ossos espalhados de humanos e de outros dragões, mas
nenhum sinal da criatura que poderia ter transformado um dragão daquele tamanho
em uma pilha de ossos. Fui seguindo em frente no plano deserto de cinzas que
ali se formara, em direção ao que eu imaginava ser o porto. Como era uma
caminhada considerável, e já estava anoitecendo, eu e meu irmão decidimos parar
por ali e continuar no dia seguinte. Estávamos à procura de uma caverna ou
coisa parecida, então achei uma pequena colina que parecia ser a única parte de
chão que não estava coberta de pó, cinzas ou ossos. Começamos a subir a pequena
colina, que devia ter de quatro para cinco metros de altura, enquanto subia a
colina percebi que não havia grama na colina, isso poderia ser explicado pelo
fato de ter sido queimada, mas a colina além de não ter grama, era molenga, na
hora que Millennium colocou sua pata e cravou as garras para subir a colina
ela, ou aquilo, urrou com a força de um trovão, e se levantou eu pulei pra
fora, o mesmo fez Millennium, quando a coisa se levantou percebi que tinha
subido na barriga de um monstro, mas não era nada como um ogro ou um trasgo era
um ciclope de 8 metros de altura, eu fiquei paralisado de medo, parado, na frente
do monstro que se levantava com a fúria de um vulcão, olhando para os lados a
procura de quem tinha perturbado seu sono, ele então pegou uma clava do chão e
desceu um ataque em mim, por sorte, no último instante Millennium urrou as
minhas costas para eu sair do lugar, pulei para o lado, mas o tremor me fez
cair no chão, saí correndo em direção a ossada de dragão na esperança de me
esconder ou fugir do ciclope, então Millennium se pôs a minha frente e me
ameaçou como se querendo dizer “volte lá e arrebente a cara dele ou eu te parto
no meio aqui e agora”, sempre tive um pouco de medo de Millennium, então eu me
virei, não só por estar sendo ameaçado por uma tigresa (sim, Millennium é
fêmea) feroz, mas também pelo fato de que eu não podia simplesmente correr
daquele monstro, percebi que ele estava quase se arrastando, provavelmente
porque um ser de 10 metros não tenha um intestino grande o suficiente para
engolir um dragão de 1 km, mas eu sentia cheiro de fezes por vários lugares
então era óbvio que aquele dragão não tinha sido devorado da noite para o dia, aquele
ciclope deveria ter estocado o dragão para comer mais, mas ciclopes são
criaturas gulosas, então ele deve ter tentado comer o dragão assim que o matou
só que um animal daquele tamanho seria demais para um ciclope engolir de uma
vez. Enquanto pensava o ciclope se aproximava mais e mais, me dei conta desse
fato quando senti seus passos tremendo a terra, olhei para o lado e lancei uma
saraivada de flechas, acertei dez flechas na barriga dele e ele nem hesitou,
então me afastei mais um pouco e me escondi atrás de uma pequena pilha de ossos
para ver sua reação, e, quase de imediato, ele se abaixou para olhar a sua
volta, “É isso” pensei, o olho é o seu ponto fraco, então eu subi na pilha de
ossos e lancei uma flecha em direção ao seu enorme olho castanho-escuro, o tiro
acertou em cheio, cegando o ciclope, mas então tive outra idéia diabólica,
peguei um crânio do chão, cheguei mais perto da criatura silenciosamente, e
quando ele se virou “BANG”, o crânio acertou em cheio a flecha que estava
cravada, que por sua vez acertou o cérebro da criatura, e cravou fundo, ele
caiu duro no chão diretamente após o impacto, subi encima clamando vitória,
então arranquei seu chifre como um espólio de guerra, e o chifre mais tarde se
mostrou ser uma valiosa espada, eu e Millennium nos deitamos exatamente no
lugar onde o ciclope estava deitado, já que estava livre e poeira e ossos, e
estava bem quentinho já que o ciclope estaria deitado ali, naquele mesmo lugar,
por meses.
Já
de manhã, Millennium me acordou rugindo para algum javali que deveria ter se
aproximado dali, me levantei e fui caminhando até a costa, pela posição do sol
eu julgaria que cheguei à costa uma hora da tarde, sentei a beira da praia
procurando algum barco, peguei um pedaço de carne para comê-lo, já que estava
sem comer desde a batalha com o ciclope. Millennium ficou nas sombras das
árvores e eu junto dela, já que ambos temos a pele muito sensível à luz do sol.
Esperamos anoitecer para planejar algo, então, quando o sol se pôs, me levantei
debaixo da arvore usando o chifre de apoio, aparentemente meu tornozelo estava
quebrado na hora em que o ciclope atacou-me de raspão, usando o chifre de
bengala, cheguei à beira do mar, mar que nunca tinha visto antes, neste momento
o que eu mais desejava era um barco para ir a Arkadian, logo após eu pensar em
Arkadian, a água tremulou e dela se levantou um barco de pesca de tamanho
considerável, grande o bastante para eu levar o corpo do ciclope junto de mim e
Millennium para Arkadian, cortei algumas árvores com o chifre de ciclope e
consertei alguns furos no barco, então embarcamos para Arkadian.
Chegando à baia de Arkadian, adentrei a cidade
e deixei Millennium vigiando o barco com o corpo do ciclope, as pessoas na rua
lançavam olhares estranhos em mim pelo fato de eu estar completamente nu,
quando falei para um marinheiro que tinha matado um ciclope ele não tinha me
entendido direito já que eu não tinha crescido com humanos, mas conseguia falar
algumas frases, então levei o marinheiro desconfiado até meu barco, quando ele
viu o tamanho do barco e do ciclope ficou totalmente absorto, me deu muitos
sacos de dinheiro, e me explicou o que era já que pensava que eu era
estrangeiro porque estava olhando com uma cara estranha para os sacos de
dinheiro, seguindo a orientação dele, fui à cidade comprar roupas, e a dona da
loja me ensinou como usá-la, comprei uma casa provisória já que não pretendia
me instalar ali, logo após ter entrado em casa começou a chover, uma tempestade
se aproximava, fiquei olhando a montanha perto da cidade, e então, um raio caiu
bem em cima da montanha, eu me assustei e cai para trás, Millennium não parecia
ligar, afinal, já tínhamos passado várias semanas em chão molhado ou embaixo de
árvores, esperando a chuva passar, como a montanha já não parecia mais tão
interessante, e não tinha nada melhor a fazer, fiquei observando a rua, até que
uma menina aparentemente com quase a mesma idade que eu, julgaria 9, 10 anos no
máximo, ruiva, correndo pela rua desesperada, parecia estar fugindo de algo,
então ela bate a minha porta furiosamente implorando para entrar, e eu deixo,
ela explica que estava fugindo de pessoas que estavam fazendo experimentos com
ela, isso deve explicar a falta de roupas dela, e sua pele era tão branca
quanto a minha, era óbvio que nada de bom poderia ter acontecido a ela, ela
explicou que cresceu em uma tribo bárbara por isso que tinha pinturas no rosto
e no corpo inteiro, logo após terminar a frase, um grupo de homens passou
correndo em frente minha casa e ela se escondeu, eles bateram na minha porta
perguntando se eu tinha visto alguma menina passando por aqui, ia responder que
sim então Millennium rosnou me ameaçando como se dissesse “Se você contar sobre
ela eu racho o seu crânio”, então eu respondi que não e eles agradeceram e
continuaram batendo de porta em porta, perguntei a menina qual era seu nome e
ela me respondeu “Annabeth”, eu dei a Annabeth algumas roupas e comida, ela
percebeu que eu não sabia falar direito nem usar muitas roupas, então ela me
ensinou a usar roupas, o idioma, como usar garfo e faca, e várias outras
coisas.
Continua...
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