domingo, 12 de agosto de 2012

Prológo: Wolf


 No momento que vi aquele dragão meu peito se encheu de raiva, pois tinha sido a espécie dele que estaria destruindo tudo e todos que conheci, eu fiquei lá, esperando ele simplesmente resolver morder minha cabeça fora e brincar de cabo de guerra com meu intestino, mas ele tomou uma ação totalmente inesperada, lambeu meu rosto, eu então percebi que ele não estava esperando pra me jantar, e sim procurando um companheiro, resolvi adotar aquele dragão, nomeei-o Eridor, ele seria meu companheiro dali pra frente. Terminando de brigar com Eridor pra ver que ficaria com o esquilo, decidi viajar pra fora da cidade, porque um ciclope aparecera e o dragão e o ciclope estavam lutando com toda sua força, logo quem morreria seria eu, então peguei um pedaço de madeira e me adentrei na floresta em busca de alimento e um bom lugar para ficar, sem contar também a rota secreta para Arkadian que meu povo escondia. Procurei por alguns dias, e já estava quase morrendo de inanição, até que achei uma tribo indígena, espiei-os por algum tempo para ter certeza que não eram canibais. Depois de 3 horas espiando tinha quase certeza de que eles eram apenas índios comuns, então quando estava prestes a me adentrar na tribo, alguns índios passaram segurando um homem amarrado a uma tora de madeira, eu então olhei para Eridor e mandei-o ir assustar os índios, sabia que Eridor não me entendia, mas não tinha mais ninguém para conversar, para a minha surpresa, Eridor me obedeceu e saiu correndo em direção aos índios, que ficaram estupefatos com a presença de um dragão em sua tribo, tanto que largaram o homem no chão e saíram correndo, alguns para dentro de suas casas e outros atrás de Eridor, no meio de toda confusão eu desamarrei o homem, que me disse ser um mago, ele então explicou que tinha muita pressa, mas como era um mago muito poderoso me recompensaria por ter salvado-lhe a vida, então conjurou uma espécie de feitiço, e apareceram duas espadas de ferro novinhas, e me deu um presente, um pequeno inseto, parecido com uma borboleta, só que sem as asas, “O que é isso?” perguntei-lhe, “Um tradutor”, olhei para o pequeno inseto e concluí que aquele mago era completamente maluco, mas ele tinha me dado espadas então não poderia ser tão ingrato, ele então me explicou que eu devia por o pequeno inseto no ouvido, e ele traduziria todo e qualquer tipo de língua no mundo, hesitei por um momento, “Ele é um mago” disse para mim mesmo, “Posso confiar nele”, então coloquei o pequeno inseto no meu ouvido, ele começou a andar por dentro da minha cabeça, o que me deixou realmente nervoso, mas então ele parou e minha audição melhorou a níveis alarmantes, era como assistir uma luta de gladiadores imortais, mas com os ouvidos. O mago me agradeceu mais uma vez e explodiu em milhares de pétalas de rosa, as espadas, convenientemente, vinha com bainhas prontas, uma espada reconheci como ferro, porque era prateada, mas a outra espada eu não sabia de que metal era feito, porque era uma espada preta, e parecia ser um material bem resistente, pois consegui defender (e quebrar) contra uma espada de níquel, as mais fortes da região, apesar de não fazer idéia de como teria ido parar em uma tribo indígena, lutei com alguns índios, mas consegui escapar depois de algum tempo. Andei pela mata por alguns dias tentando me lembrar da rota para Arkadian, finalmente quando achei, adentrei sem nenhuma preocupação, até que uma flecha foi lançada contra mim, então me lembrei de todas as armadilhas, e do pior, o grande guardião da rota era um poderoso Manticore, nomeado pela cidade de Koh, o devorador de rostos, porque esse Manticore tinha o terrível hábito de devorar rostos, por isso a rota para Arkadian tinha sido selada, tomei coragem e adentrei a rota, que era uma caverna que passava por baixo do mar, tinha uma barreira mágica que impedia de os efeitos de pressão ou outras coisas entrarem em ação. Estava quase no final do túnel, e estava exausto, Eridor não mostrava sinal algum de cansaço, presumi que por ser de pedra, não sentiria frio, calor ou qualquer outra reação dessas, tinha minhas dúvidas se ele respirava, mas não era hora de pensar nesse tipo de coisa, deitei-me e armei um fogo para tentar espantar o Manticore. Consegui dormir por uma, duas horas no máximo, porque Eridor me acordou subitamente, olhei para a saída da caverna, que deveria estar a cerca de 100 metros de mim, a criatura vermelha entrava bloqueando a luz do sol, ao contrário das lendas, seu rosto não era de um homem, era fisicamente exatamente como um leão, só que ruivo e coberto de espinhos que lançava a estonteantes velocidades, meu corpo inteiro tremeu, “Como vou matar uma criatura desse tamanho?” pensava, estava completamente parado, não fazia barulho algum, então o Manticore foi se aproximando de mim lentamente, quando ele estava a 8 metros de mim, percebi que ele era cego, quando sentiu meu cheiro grunhiu, e sumiu, meu coração bateu mais uma vez e senti a respiração da criatura no meu pescoço, virei com um golpe, mas já havia sumido, a criatura me bateu com sua cauda, olhei para cima, nada, para os lados, nada, então voltei a olhar para frente, e lá estava o Manticore, com seu grotesco nariz de leão encostado ao meu, ele me empurrou com uma de suas patas, voei 4 metros para trás, a força dele era extraordinária, apanhei por mais alguns minutos, até que minha paciência se esgotou, agarrei firmemente as espadas e esperei o próximo golpe, uma saraivada de espinhos venenosos, pulei no ar e defleti seis ou sete espinhos, e quase fui pego por um, no momento que caí no chão o Manticore saiu correndo mais uma vez, mas dessa vez eu sabia o que ele iria fazer, peguei minhas espadas e as joguei para o lado, bingo, acertei duas patas do Manticore, “Hehe, você parece ser um bom guerreiro, finalmente fui vencido, parece que meu trabalho aqui terminou” dizendo isso ele se esvaiu em pó, fiquei meio feliz e meio zangado, feliz porque não precisei arrancar as tripas daquele Manticore, zangado porque não precisei arrancar as tripas daquele Manticore. Peguei a poeira em um pequeno frasco que carregava comigo e alguns espinhos que o Manticore havia atirado contra mim, e fui vender na cidade, com o dinheiro consegui comprar uma pequena casa no subúrbio, e, para ser mais humilhado ainda, minha casa era ao lado de um enorme casarão, mesmo assim não desanimei e arrumei um trabalho na forja local, fui então informado que o material de minha espada negra (apelidada de Yang) era obsidiana, fiquei bem impressionado, não é todo dia que se vê obsidiana. Com o trabalho na forja local consegui pagar as despesas durante três anos.

Continua...

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